Eu já fui magra

Como uma quase-magra, eu guardo em minha memória os bons momentos que tive na minha vida quando fui magra. O mundo fica mais iluminado. As calças entram sem dificuldade, as saias de cin-tura alta ficam lindas, as roupas largas não dão aquela descarada impressão de que você está escondendo as dobras; muito pelo con-trário, os tecidos soltos ficam maravilhosos no corpo magro. As roupas justas, então, nem se fala. Deixam você ainda mais incrível.
Sem falar no que isso representa para o humor. Você não se irrita ao tomar banho, sair do chuveiro e se olhar no espelho. Não!! Ao contrário, você se sente pronta para um novo dia em que tudo vai dar certo. Tudo bem que o mau-humor tenta se instalar quando você toma café da manhã e é obrigada a resistir ao pedaço de bolo, ao pão com presunto e à geléia de goiaba, mas o humor logo se restabelece quando você resiste, se levanta da mesa e confere no espelho como está assentada a sua roupa no corpo. Pronto, o dia pode começar feliz.
Tenho saudade desta sensação maravilhosa que só quem está magra consegue ter. Isso me faz ter ainda mais certeza de que ser magra não é difícil, ou chegar a ser magra é um alvo atingível, mas o difícil mesmo é se manter magra. O duro é que aquelas que conseguem achar a fórmula para se manter magra não revelam às colegas. Mas se eu encontrar eu juro que conto para todas(os) vocês. Vou compartilhar com todo mundo. Acho que todos (em especial as mulheres) seriam mais bem humoradas se fossem magras.